quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Oferta de imóveis cresce 15,7% em Porto Alegre


Censo indica aposta cada vez maior das construtoras em condomínios

FREDY VIEIRA/JC
Preço de terrenos reduz chance dentro do Minha Casa, diz Garcia
Preço de terrenos reduz chance dentro do Minha Casa, diz Garcia

A oferta de imóveis novos à venda em Porto Alegre aumentou 15,7% neste ano sobre 2010, segundo balanço divulgado ontem pelo Sinduscon-RS. O número demonstra uma aposta cada vez maior do setor imobiliário em condomínios, já que, no mesmo período, o número de empreendimentos na Capital avançou 3,51%.

Os dados fazem parte do 14º Censo do Mercado Imobiliário de Porto Alegre, detalhado ontem pelo presidente do Sinduscon-RS, Paulo Vanzetto Garcia. A pesquisa indicou que a média de imóveis por empreendimento passou de 16,61 para 18,57 em apenas um ano.

Em 2011, foram identificados 354 empreendimentos em 193 empresas, uma média de 1,83 empreendimento por empresa. Ao todo, o Sinduscon-RS apontou a existência de 6.573 unidades novas em oferta, uma área total de 710,21 mil metros quadrados.

“O censo é como uma fotografia do momento, mostra o que é ofertado no mercado, não a totalidade do que foi produzido. Aqueles empreendimentos que foram lançados depois do censo 2010 e completamente vendidos antes da tomada de dados do censo 2011 não aparecem”, observou Garcia, que também ponderou sobre a falta de representatividade do principal programa habitacional nos números da Capital.

Ele explicou que o alto preço dos terrenos em Porto Alegre reduz abruptamente a construção de imóveis vinculados ao programa Minha Casa, Minha Vida. Salientou, ainda, que uma situação semelhante ocorre em grandes cidades do interior, como Caxias do Sul e Rio Grande, onde o fator excludente é o alto custo da mão de obra.

Na avaliação do sindicato, a segunda edição do programa poderá ter adesão ainda menor no Estado, já que a mudança de regras determina a construção de casas maiores, com mais itens de acabamento, por um preço aquém do estimado pelas empresas, o que aumenta o risco da incorporação. “Ainda assim, observamos que, com exceção de Porto Alegre, o Minha Casa, Minha Vida é o carro-chefe da construção civil no Estado”, afirmou.

A comparação do censo atual com o realizado em 2007 mostra que, embora a Capital tenha apresentado uma queda no número de empreendimentos de 22,88% e diminuído o número de empresas em 18,91%, a oferta de imóveis cresceu 19,88% e a média de imóveis por empreendimento, 55,44%. O ano de 2007 é considerado pelo Sinduscon-RS como “o ano da virada”, já que até então predominava o autofinanciamento das construtoras (caso de aproximadamente 60% das obras em 2007) e, a partir daquele ano, o sistema financeiro voltou a aplicar recursos na construção e no financiamento (o que se verifica em quase 70% dos casos em 2011).

A mudança na forma de financiamento manteve a característica de pulverização do mercado porto-alegrense. Enquanto em 2007 78,6% das construtoras em atividade tinham um ou dois empreendimentos, agora a soma das pequenas incorporadoras responde por 83,2% do mercado. Ainda assim, as 16 maiores empresas (que representam 8,29%), com seus múltiplos lançamentos, foram responsáveis por 56,53% das unidades ofertadas.(JornalsoComercio-RS)
 
 
fonte:http://gestor-imobiliario.blogspot.com