quarta-feira, 3 de agosto de 2011

BH é a cidade-sede com maior número de oportunidades de negócios para a Copa

Setor de construção civil lidera as chances de negócios para o evento esportivo, mas esbarra na falta de capacitação dos profissionais
Obra do Mineirão é um dos muitos investimentos que são feitos para deixar a capital mineira pronta para receber a competição em 2014 (Renato Weil/EM/D.A Press)
Obra do Mineirão é um dos muitos investimentos que são feitos para deixar a capital mineira pronta para receber a competição em 2014
Belo Horizonte é a capital do país com o maior número de oportunidades de negócios para as pequenas e médias empresas na Copa do Mundo, informou uma pesquisa encomendada pelo Sebrae à Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgada nesta terça-feira. Entre as 12 cidades-sede escolhidas para o evento esportivo, a capital mineira apresentou quase 700 oportunidades a serem exploradas em nove setores da economia antes, durante e depois da Copa de 2014.

Segundo estudos do órgão, a país pode receber investimentos de R$ 33 bilhões relacionados à Copa, gerando aproximadamente R$ 150 bilhões adicionais na economia brasileira entre 2010 e 2014. O estudo realizado pela Ernst Young e FGV sinaliza uma participação de 20% das micro e pequenas empresas no montante de receitas previstas. 


De acordo com a FGV, o principal setor beneficiado em Belo Horizonte é o da construção civil. Já com os negócios em ascensão desde o começo do ano, a pesquisa mapeou mais de 100 oportunidades para o setor durante a Copa, que vão desde o fornecimento de matéria-prima e equipamentos até a prestação de serviços.
 

O maior problema do desenvolvimento para o setor é a falta de mão de obra qualificada. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), no mês de junho, o elevado gasto com empregados foi apontado como o terceiro maior problema das grandes construtoras e empreiteiras do país. Há um ano, esse item ocupava o quinto lugar. “O aumento do custo da mão de obra é uma questão de oferta e procura”, complementou o gerente executivo de Pesquisas da CNI, Renato da Fonseca. “As empresas têm dificuldade de encontrar trabalhadores qualificados. Então, elas gastam com a qualificação do trabalhador ou aumentam os salários para contratar. Isso impacta nos custos.”
 

Outros setoresO levantamento do Sebrae mapeou também as oportunidades de negócios para outros setores, como o de turismo, onde foram identificadas 94 oportunidades e a produção associada ao turismo, com mais de 90 chances. Em seguida está o setor de tecnologia de informação, com 89 oportunidades, o agronegócios (88), comércio varejista (84), serviços (60), setor têxtil e vestuário (60) e ainda madeira e móveis (31). 


O total de 699 chances foram extraídas de uma lista de 929 atividades nas quais as empresas podem empreender com grande chance de sucesso. Na relação de oportunidades também estão: restaurantes e outros estabelecimentos de alimentação e bebidas; comércio de reparação e manutenção de equipamentos de comunicação; produtores de eventos; consultorias em gestão empresarial; obras de acabamento; fornecimento de embalagens; serviço de coleta seletiva e tratamento de resíduos; ensino de esportes; fabricação de aguardente; fornecedores de material e mobiliário de escritório.


Densidade

O mapeamento revela ainda quais os setores da economia que tem mais micro e pequenas empresas atuando. O índice de densidade das empresas nas atividades dos setores oscila entre 0 e 1. Quanto maior o índice, maior o número de micro e pequenas empresas concentradas nas atividades.


As atividades que mais apresentaram densidade de empresas, com índice 1, foram a fabricação de aparelhos e equipamentos de ar-condicionado, portais e provedores de conteúdo para internet, design e decoração de interiores, operadores turísticos, criação artística, produção de aguardente e bebidas destiladas. Ou seja, 100% das empresas desses segmentos são micro e pequenas.


Todas as oportunidades foram apresentadas pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, na manhã desta terça-feira, em cerimônia oficial na Prefeitura de Belo Horizonte, que contou com a presença do prefeito Márcio Lacerda, e do presidente do Comitê Executivo da Copa do Mundo 2014 em BH, Tiago Lacerda. 
 (Sebrae e FGV)


Dificuldades

Além de listar as oportunidades de negócios para as micro e pequenas empresas em Belo Horizonte para a Copa do Mundo de 2014, o estudo do Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado nesta terça-feira faz um levantamento sobre as dificuldades das empresas em relação à documentação, gestão e sustentabilidade e as ações sugeridas pelo órgão.(uai-EstaMinas)